Ingratidão pode muito bem ser a palavra da semana em Madrid. Falar-se na demissão de Mourinho é tão ridículo como pensar que a austeridade vai levar o nosso país a algum lado. Mourinho, o melhor treinador do Mundo, devia ser condecorado e elevado a “Deus” em Espanha por ter ganho um campeonato ao Barcelona e não ser crucificado por estar a perder um.
A afición merengue parece não recordar o campeonato transacto, de glória, de recordes, e de uma vitória em Camp Nou com muita frieza, no pior momento da época. El Special, como é por vezes reconhecido, destruiu a hegemonia catalã e isso é um feito inédito e fantástico. Não, não estou a exagerar, pois todos olhamos para o Barcelona, e vemos que eles jogam de olhos fechados, são sempre os mesmos jogadores, enorme qualidade, e a bola está quase sempre com eles. E claro, Leo Messi, para muitos o melhor do mundo de todos os tempos.
E a diferença reside aqui. Messi, tem toda uma orquestra a trabalhar para ele, Iniesta, Xavi, Fabregas e companhia, enquanto em Madrid a figura máxima, Cristiano Ronaldo, também trabalha para os outros. Não digo com isto que Messi é egoísta, nem pouco mais ou menos, mas a máquina trabalha para ele, são todos amigos e todos brilham. Lá no Bernabeu, Ronaldo trabalha para ele e para a equipa, com a ajuda de Ozil, Di Maria, Benzema, Modric, Kaka’, contudo o sistema é completamente diferente, e os egos falam mais alto. Casillas e Xabi Alonso nunca suportaram que Ronaldo fosse a figura maior e o plantel não se defende como fazem na Catalunha.
E é neste tópico que entra Mou. No primeiro ano, preparou o plantel, fechou-o da imprensa, arrumou os “oportunistas” como Valdano, e começou a intrometer-se com os Culés, “roubando-lhes” a Taça do Rei. Ronaldo decidiu.
No ano seguinte, a supertaça teve quase, perdendo-a nos últimos minutos, vendendo bem cara a derrota, e desde cedo se percebeu que o Real Madrid iria lutar por todas as frentes. Ora bem, os egos foram guardados na “barriguinha de cada um” e todos brilharam. Um incrível Pepe, uma delícia ver Ozil, fantásticos Benzema e Higuain, e o fenómeno Ronaldo. Mourinho conseguiu chegar aos 100 pontos, marcar mais de 100 golos, dar “show”, ganhar em Camp Nou e deixar muitos a duvidar se o Barcelona seria imbatível. A Liga dos Campeões esteve mesmo perto, Sergio Ramos deixou-a centímetros da barra!
O valor da época sai reforçado quando se percebe que mesmo assim Messi marca 50 golos na La Liga.
Essa época deixou marcas nos catalães, Guardiola sai, fica Vilanova e a guerra com Mou mantém-se. Mas as marcas ajudaram o Barça a crescer, aprendeu, reforçou-se e apresentou-se mais forte. O Real com uma pré-época atribulada e quase sem os jogadores principais, vence a Supertaça com muita classe, mas o início da época deixou muito a desejar.
E a culpa é de Mourinho? O burro é ele? Os jogadores são os mesmos, a tática também, a motivação devia ser maior, mas o grande problema apareceu: os EGOS. Aproximou-se a corrida à Bola de Ouro, e em Madrid todos a queriam… na Catalunha todos a queriam dar a Messi. Ronaldo ficou triste por não ter apoio, Casillas amuou e o Real desligou a máquina. Agora o atraso é muito grande, e para a Bola de Ouro apenas Ronaldo luta. Quem sofreu com isto? Mourinho.
Mourinho devia ser peça intocável no Bernabeu, mas se ele não é, é homem de bater a porta e ir ganhar para outro lado, sim porque Mourinho não perde guerras, às vezes perde batalhas. Neste momento, ganhar um campeonato ao Barça devia ser motivo de orgulho e razão suficiente para não haver dúvidas, mas lá está, Ingratos os merengues. Só irão dar valor a Mourinho quando tiverem um novo Schuster ou Pellegrini a comandar os Blancos.
Há mais vida para além do melhor treinador do mundo, mas sem Mou e eventualmente Ronaldo, não duvido, o Real vai voltar a estar 10 passos atrás do Barça!
P.S. – De referir que a corrida às bolas de Ouro é uma vergonha. Quando Guardiola com uma taça do rei, meio ano parado e o campeonato perdido em casa chega para estar nos 3 melhores do mundo, então que se lixe o prémio!
A afición merengue parece não recordar o campeonato transacto, de glória, de recordes, e de uma vitória em Camp Nou com muita frieza, no pior momento da época. El Special, como é por vezes reconhecido, destruiu a hegemonia catalã e isso é um feito inédito e fantástico. Não, não estou a exagerar, pois todos olhamos para o Barcelona, e vemos que eles jogam de olhos fechados, são sempre os mesmos jogadores, enorme qualidade, e a bola está quase sempre com eles. E claro, Leo Messi, para muitos o melhor do mundo de todos os tempos. E a diferença reside aqui. Messi, tem toda uma orquestra a trabalhar para ele, Iniesta, Xavi, Fabregas e companhia, enquanto em Madrid a figura máxima, Cristiano Ronaldo, também trabalha para os outros. Não digo com isto que Messi é egoísta, nem pouco mais ou menos, mas a máquina trabalha para ele, são todos amigos e todos brilham. Lá no Bernabeu, Ronaldo trabalha para ele e para a equipa, com a ajuda de Ozil, Di Maria, Benzema, Modric, Kaka’, contudo o sistema é completamente diferente, e os egos falam mais alto. Casillas e Xabi Alonso nunca suportaram que Ronaldo fosse a figura maior e o plantel não se defende como fazem na Catalunha.
E é neste tópico que entra Mou. No primeiro ano, preparou o plantel, fechou-o da imprensa, arrumou os “oportunistas” como Valdano, e começou a intrometer-se com os Culés, “roubando-lhes” a Taça do Rei. Ronaldo decidiu.
No ano seguinte, a supertaça teve quase, perdendo-a nos últimos minutos, vendendo bem cara a derrota, e desde cedo se percebeu que o Real Madrid iria lutar por todas as frentes. Ora bem, os egos foram guardados na “barriguinha de cada um” e todos brilharam. Um incrível Pepe, uma delícia ver Ozil, fantásticos Benzema e Higuain, e o fenómeno Ronaldo. Mourinho conseguiu chegar aos 100 pontos, marcar mais de 100 golos, dar “show”, ganhar em Camp Nou e deixar muitos a duvidar se o Barcelona seria imbatível. A Liga dos Campeões esteve mesmo perto, Sergio Ramos deixou-a centímetros da barra!
O valor da época sai reforçado quando se percebe que mesmo assim Messi marca 50 golos na La Liga.
Essa época deixou marcas nos catalães, Guardiola sai, fica Vilanova e a guerra com Mou mantém-se. Mas as marcas ajudaram o Barça a crescer, aprendeu, reforçou-se e apresentou-se mais forte. O Real com uma pré-época atribulada e quase sem os jogadores principais, vence a Supertaça com muita classe, mas o início da época deixou muito a desejar.
E a culpa é de Mourinho? O burro é ele? Os jogadores são os mesmos, a tática também, a motivação devia ser maior, mas o grande problema apareceu: os EGOS. Aproximou-se a corrida à Bola de Ouro, e em Madrid todos a queriam… na Catalunha todos a queriam dar a Messi. Ronaldo ficou triste por não ter apoio, Casillas amuou e o Real desligou a máquina. Agora o atraso é muito grande, e para a Bola de Ouro apenas Ronaldo luta. Quem sofreu com isto? Mourinho.
Mourinho devia ser peça intocável no Bernabeu, mas se ele não é, é homem de bater a porta e ir ganhar para outro lado, sim porque Mourinho não perde guerras, às vezes perde batalhas. Neste momento, ganhar um campeonato ao Barça devia ser motivo de orgulho e razão suficiente para não haver dúvidas, mas lá está, Ingratos os merengues. Só irão dar valor a Mourinho quando tiverem um novo Schuster ou Pellegrini a comandar os Blancos.
Há mais vida para além do melhor treinador do mundo, mas sem Mou e eventualmente Ronaldo, não duvido, o Real vai voltar a estar 10 passos atrás do Barça!
P.S. – De referir que a corrida às bolas de Ouro é uma vergonha. Quando Guardiola com uma taça do rei, meio ano parado e o campeonato perdido em casa chega para estar nos 3 melhores do mundo, então que se lixe o prémio!