O Sporting foi a grande
surpresa deste campeonato e voltou aos patamares que se exigem a um clube
daquela grandeza. Depois da pior época de sempre (7º lugar), Bruno de Carvalho
tirou fora as “maçãs podres” do plantel e construiu uma equipa jovem e
ambiciosa, liderado por um treinador competente e com objetivos bem definidos,
de acordo com a realidade do clube de Alvalade.
Leonardo Jardim foi o homem
da confiança do presidente e colocou o Sporting de novo na rota do título e sobretudo,
a jogar bom futebol.
Os “leões” entraram a todo o
gás no campeonato goleando o Arouca por 5-1, num jogo onde surgiu o goleador
Montero. O colombiano fez hat-trick na estreia e levou Alvalade ao delírio.
Seria ele o novo Liedson?Mas não foi só Montero que
apareceu nesse jogo. William Carvalho impôs-se como titular, sentando o capitão
Rinaudo e surpreendeu o mundo do futebol. Desde cedo se verificou que estava
ali um 6 com talento e que seria o pêndulo do Sporting durante toda a época. O
Sporting continuou imbatível até à 8ª jornada, quando foi derrotado no Dragão
por 3-1. Nada de anormal!
A equipa continuou o seu
percurso de vitórias após o desaire, sem nunca embandeirar em arco nem assumir
candidatura ao título. Leonardo Jardim era mesmo o homem que o Sporting
precisava. Quer na hora da derrota quer na hora da vitória, o rosto não se
alterava, representando a tranquilidade que há muito não se vivia no reino do
Leão.
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Alvalade voltou a encher esta época. Foto: frmorais/flickr |
O percurso na Taça de
Portugal terminou cedo, com uma derrota na Luz por 4-3 mas a exibição e a forma
como foram derrotados deixou esperanças e trouxe a confirmação de que o
Sporting podia ombrear com os outros dois rivais.
Para muitos, o futebol
praticado pelo Sporting de Leonardo Jardim era o melhor que se via em Portugal
e a hipótese de título começava a passar na cabeça dos sportinguistas. A um
jogo do final da 1ª volta, os leões estavam empatados pontualmente com Porto e
Benfica e os rivais enfrentavam-se. As águias venceram mas o Sporting não
aproveitou a oportunidade de fugir ao Porto e seguir o Benfica e a partir daqui
não mais chegou ao primeiro lugar.
O segundo lugar, esse, não
fugiu e a caminhada foi tranquila até ao final e recheada de vitórias. Na 2ª
volta, o Sporting perdeu na Luz sem William Carvalho e na última jornada quando
nada estava em jogo frente à sensação Estoril...de Marco Silva. Quem diria no
início de época que os leões chegariam de forma direta à fase de grupos da Champions? Poucos!
Só um belíssimo trabalho de Leonardo Jardim tornou este sonho possível.
Só um belíssimo trabalho de Leonardo Jardim tornou este sonho possível.
Uma equipa construída com
cabeça, tronco e membros, baseada numa defesa competente e um meio-campo forte
e coesa, onde o madeirense nunca teve dúvidas. Apenas os 3 da frente foram
alternando. Os centrais Maurício e Rojo,
não sendo estrelas, cumpriram durante toda a época e formaram uma dupla
interessante que raramente tremeu. Nas laterais, Cédric e Jefferson foram as
escolhas com Piris a ser o “suplente”, quando algo impedia os titulares de
jogar.
No miolo, William foi o
pêndulo sempre acompanhado do seu organizador Adrien. Era à volta destes dois
que o Sporting girava e jogava. Eles ligavam as linhas do Sporting e com a
ajuda de André Martins (3º elemento do meio-campo) davam a intensidade
necessária ao jogo dos leões.
As alas foram o sector que
mais mexidas teve e que pareceu nunca agradar a Leonardo Jardim. A época
começou com Carrillo e Wilson Eduardo, com Capel a ser opção em muitos jogos.
Os três foram cumprindo e assintindo Montero durante metade da época. Em
Janeiro, chegou Heldon e Carlos Mané surgiu na equipa leonina. Era o sinal de
insatisfação do treinador com as opções. Carrilo nunca foi regular, Wilson
cumpria apenas os mínimos e Capel era aquele que mais rendimento mostrava
contudo não era o que o madeirense pretendia. Mané trouxe irreverência e a
capacidade de abrir defesas que cada vez mais se fechavam contra o Sporting.
Heldon foi mais do mesmo.
Na frente, Montero foi
estrela até metade da época. Até metade porque depois surgiu o suplente
goleador Islam Slimani. O argelino sempre que entrava, cumpria e marcava o seu
golo e perante a seca do colombiano foi chamado para o 11. A partir daí, nunca
mais saiu e Montero perdeu os holofotes da fama.
Um Sporting competente,
coeso, sempre fiel às suas ideias de jogo independemente do resultado. Apenas
num jogo Leonardo Jardim mudou e correu mal. Sem William, o Sporting foi à Luz
e mudou o sistema habitual. Jogou de início com Slimani e Montero, encostando
André Martins a um lado e Heldon a outro. O miolo com Adrien e Dier não foi
capaz de segurar o Benfica e os leões nunca se encontraram. Um erro que não
mais se repetiu para bem do Sporting!
Avizinha-se uma época
completamente diferente da anterior com o regresso às competições europeias e
com um calendário muito mais congestionado que pode por em causa a profundidade
do plantel. São precisos reforços e há muito tempo para BdC mexer os
cordelinhos, para já bem com Paulo Oliveira e Slavchev, uma promessa búlgara.