A época terminou em Portugal e desta vez foi a nação
benfiquista a sorrir...por três vezes.
O Benfica venceu o Campeonato, a Taça de Portugal e a Taça
da Liga e este plantel escreveu o seu nome no Museu Cosme Dasmião e entrou para
os livros do futebol português por ter sido a primeira equipa a conquistar um
“triplete”. E se só o facto de ter feito o pleno em terras nacionais é
histórico, o facto de o conseguirem um ano depois de perderem tudo,
acrescenta-lhe ainda mais “sabor” e mérito.
Se bem se recordam, o Benfica fechou a época anterior no
Estádio Nacional com uma derrota frente ao Vitória de Guimarães, e para além
desse jogo ser o culminar de um pleno de derrotas, é no relvado do Jamor que
acontece o lance que marca toda a
pré-época dos “encarnados”.
![]() |
A pré-época do SLB ficou marcado pelo empurrão de Cardozo |
Tacuara foi integrado e viria a ser determinante no decorrer
da época. Uma pré-época problemática e uma derrota na 1ª jornada fazia prever uma
época má para as águias e uma qualidade exibicional bem longe da apresentada em
2012/2013.
Só que a 2ª jornada foi determinante para o virar da página
encarnada. Ironia do destino, os descontos (depois de trágicos em Maio) viriam
a ser “sangue novo” para as águias. Markovic e Lima fizeram a reviravolta
frente ao Gil Vicente, e a Luz que já assobiava e mostrava lenços brancos,
calou-se para ver a festa dos seus jogadores.
A partir daí, o Benfica só perdeu no campeonato na última
jornada quando já o título estava guardado na Luz. Os comandados de JJ
melhoraram gradualmente as suas performances e foram ganhando confiança e
recuperaram terreno para os dois rivais. Uma vitória por 4-3 na Taça contra o
Sporting, tendo Cardozo como herói (hat-trick) fez com que a chama encarnada
ressuscitasse e fez a maior parte esquecer o episódio do Jamor. Nesse mesmo
jogo, o goleador lesionou-se e aquilo que parecia uma má notícia acabou por ser
uma grande vantagem em prol do coletivo. A partir daqui o Benfica definiu um 11
base, voltou ao futebol que entusiasmara na época transacta e com a chegada de
Oblak à baliza (lesão de Artur também foi benéfica) teve a consistência
defensiva que não existia.
Outro momento crucial foi o fecho da 1ª volta. Jogo com o
Porto, uma semana depois da morte de Eusébio. A nação benfiquista uniu-se e a
vitória sobre o eterno rival aumentou a crença no título e ajudou a afastar o
fantasma da época passada.
Depois do jogo, Matic é vendido e parecia vir daí mais uma
contrariedade, só que isso não se verificou. O sérvio parecia insubstituível
mas hoje são poucos os que se lembram dele. Enzo pegou na batuta e Amorim,
Fejsa e Gomes acompanharam-no quando foram chamados. Depois disso, o Benfica só
parou no Jamor, ao sabor dos golos de Rodrigo e Lima, dos cortes de Luisão e
Garay, das defesas de Oblak, e da magia de Markovic e Gaitan. Sem nunca esquecer
os laterais, Maxi foi super e Siqueira surpreendeu.
Salvio, Almeida, Jardel, Cavaleiro, Sulejmani e Sílvio foram
também importantes na gestão do plantel durante os 57 jogos da época.
![]() |
A festa da conquista do 33º título, no Marquês do Pombal |
Além fronteiras, o Benfica passo-a-passo tornou o sonho da
final de Turim, uma realidade cada vez maior. Em modo de passeio eliminou o
PAOK, brilhou em White Hart Lane e deitou o Tottenham fora da competição, rodou
e chegou para o AZ, e na batalha com a Juventus (que jogava a final em casa)
agarrou-se à consistência defensiva e à capacidade de sofrimento para derrotar
os favoritos à conquista final.
Na final mais do mesmo de Amesterdão! Jogou melhor, foi
superior em todos os aspetos mas a sorte não teve do seu lado. Desta vez não
foi nos descontos mas sim nos penalties. Fica a ideia que com Enzo e Markovic
(baixas por castigo) tudo poderia ser diferente.
Na final do Jamor venceu o Rio Ave (o mesmo adversário que
venceu na outra taça) e fechou com chave de ouro uma época (quase) perfeita. Só
Beto e o alemão não permitiram um final ainda mais feliz.