“Cuando era pequeño nadie entendía porque quería llevar la
camiseta del Atleti al colegio cuando había perdido el anterior” [Fernando
Torres]
Hoje, o Atleti vive um momento muito positivo na história do clube, de títulos, de finais, de união. Os “niños” de hoje não sabem da dificuldade que era vestir a camisola colchonera há 20 ou 30 anos.
Hoje, o Atleti vive um momento muito positivo na história do clube, de títulos, de finais, de união. Os “niños” de hoje não sabem da dificuldade que era vestir a camisola colchonera há 20 ou 30 anos.
Esporadicamente o Atlético vencia, esporadicamente vivia
momentos bons. Tal como agora, era um clube de sacrifício, de luta, de muita
emoção, mas de poucos motivos para festejos. Orgulhava Fernando Torres vestir
aquela camisola porque tê-la vestida tornava-o mais forte, escreveu, porque ter
aquela camisola vestida já é motivo de festejo.
Esse amor de Niño fê-lo entrar na Academia, marcar golos e
golos e chegar muito cedo ao plantel principal e logo num momento terrível.
Depois do “doblete”, o clube entrou numa espiral negativa e
em 2000 um penálti falhado de Hasselbaink ditou a descida de divisão. O grande
Atlético de Madrid vivia um pesadelo e no ano seguinte foi um Niño que começou
a devolver a esperança. Torres apareceu e trouxe ao Vicente Calderón os valores
daquele escudo, que um dia Aragonés disse que não se toca.
O Atlético não subiu no primeiro ano após a descida, mas
subiu ao segundo com Torres a ser figura de proa. O sucessor de Luis Aragonés
estava ali e ajudou o clube a estabilizar. Brilhou a bom brilhar, foi campeão
da Europa por Espanha e depois partiu para Terras de Sua Majestade sem nunca o
querer. Mas foi porque o clube precisava de dinheiro.
Aquele dinheiro ajudou o clube, que cresceu e voltou aos
tempos áureos. Primeiro com Quique e agora com Simeone. Torres viu de longe as
conquistas, aplaudiu de longe o campeonato ganho em pleno Camp Nou, as duas
Ligas Europas e ainda algumas Taças e Supertaças.
Aplaudia de longe, mas por dentro sentia a tristeza de não
estar ali, num clube que é seu, a festejar com os milhares que o idolatram.
Voltou em 2014, com um currículo invejável, mas incompleto: faltava um título
com o seu clube.
Teve essa hipótese na final de Milão, mas o poste negou-o e
essa oportunidade de título parecia escapar.
Este ano, quis o destino que a Champions fosse um fracasso e
colocou o Atleti no caminho da Liga Europa. A equipa agarrou-se ao objetivo e a
Torres e em Lyon ofereceu ao Niño, agora de 34 anos, o título mais esperado da
carreira.
Foi aclamado em Lyon, foi ovacionado em Madrid e subiu ao
Neptuno para o beijar. O sonho de uma vida, um sonho de Niño!
Emociona qualquer um vê-lo agarrado a uma Taça de menor
importância do que as que já ganhou e dizer que aquela é a mais importante de
sempre porque foi ganha com as “rayas rojiblancas”.
Hoje teve a despedida que merece e vai partir com outros
objetivos. Partirá sem nunca sair do Calderón, do Metropolitano ou do coração
de cada colchonero.
No coração dele estará sempre o Atlético de Madrid e um dia sabemos
que voltará. Porque Fernando Torres é do Atlético de Madrid, mas o Atlético de
Madrid também é de Fernando Torres.
Termino com palavras tuas: “Gracias por tanto y perdón por
tan poco.”